Entre os bens declarados pelo ex-vereador, que perdeu seu mandato em setembro de 2023, estão 34 veículos
O ex-vereador de São Paulo (SP) Camilo Cristófaro (Podemos), cassado por racismo em 19 de setembro de 2023, confirmou sua candidatura para voltar à Câmara Municipal paulistana nas eleições de 2024. Na declaração patrimonial que fez ao Superior Tribunal Eleitoral (TSE), o ex-parlamentar afirmou possuir R$ 3,1 milhões em bens, valor 282% maior do que ele havia divulgado em 2020, R$ 1,1 milhão.
Chama a atenção o número de veículos declarados como patrimônio por Cristófaro: 34, que somam R$ 824,7 mil, uma média de R$ 24,2 mil cada. Do total, 30 são Fuscas. Em 2020, eram 28 veículos com valor total de R$ 233,7 mil.
Além dos veículos, Cristófaro declarou obras de arte, joias, terrenos e dois imóveis. Uma casa de R$ 444,5 mil e um apartamento no valor de R$ 1,4 milhão. O ex-vereador não apresentou nenhuma conta bancária onde haja dinheiro, fato incomum na apresentação patrimonial dos candidatos.
Cassação
Cristófaro foi cassado por quebra de decoro parlamentar pela Câmara Municipal de São Paulo e a denúncia de racismo foi feita em maio de 2022. O caso ocorreu durante o depoimento de Claudia Woods, ex-CEO da Uber, e Thiago Henrique Lima, sócio da empresa de motofrete THL, em audiência pública na Casa legislativa.
O ex-vereador, que participava da sessão remotamente, em um ambiente virtual, esqueceu seu microfone aberto e disse: “varrendo com água na calçada… É coisa de preto, né?”. Em sua defesa, o vereador afirmou que falava de higienização de carros. Depois, mudou a versão e admitiu a fala racista, mas disse que brincava com um amigo.
Além da perda do mandato na Câmara Municipal, Cristófaro foi expulso do PSB, partido pelo qual havia sido eleito em 2020, e se filiou ao Avante. Porém, de olho nas eleições deste ano, migrou para o Podemos.
Outro lado
O Brasil de Fato procurou a assessoria de Camilo Cristófaro, mas, até o fechamento da matéria, não obteve resposta. Caso o ex-vereador se manifeste, o texto será atualizado.
Edição: Martina Medina
Fonte: Brasil de Fato