Decisão foi publicada nesta segunda (9). Em 2022, durante sessão no legislativo, político disse que ‘não lavar a calçada é coisa de preto’. Ele ficou inelegível por oito anos, contados a partir de dezembro de 2024, mas tentava concorrer ao cargo.
o ex-vereador Camilo Cristófaro (Podemos) teve o pedido de candidatura indeferido pela Justiça Eleitoral nesta segunda-feira (9).
Camilo foi o primeiro vereador, na história da Câmara Municipal de São Paulo, a perder mandato por racismo.
O caso ocorreu em maio de 2022, quando ele disse, em uma sessão virtual, a seguinte frase: “Eles não lavaram nem a calçada, é coisa de preto, né?”
O placar terminou com 40 votos “sim” pela cassação por quebra de decoro, 5 abstenções e nenhum voto “não”.
Na decisão, o juiz alega que não cabe à Justiça Eleitoral “decidir sobre o desacerto ou desacerto das decisões proferidas por outros órgãos”, mas por ter perdido o mandato, o ex-vereador não pode concorrer ao pleito, conforme previsto na Lei de Inelegibilidade.
O g1 entrou em contato com o advogado do vereador e aguarda retorno.
Versões sobre a frase
Na época em que o áudio vazou, o vereador tinha dado duas versões sobre a frase. Na primeira delas, ao justificar a fala para os colegas, o parlamentar afirmou em vídeo que se referia a “carros pretos que são f… e não é fácil para cuidar da pintura”.
Depois, ao participar do Colégio de Líderes da Câmara com outros parlamentares, ele alegou que estava conversando com um colega negro, de nome Anderson Chuchu, a quem ele consideraria como um irmão.
Na ocasião, o parlamentar pediu desculpas pelo caso ao colegas de Câmara e disse que se tratava de uma “brincadeira” com o amigo.
Histórico na Câmara
Cristófaro foi o primeiro vereador cassado na Câmara Municipal em 24 anos.
Desde 1999, época do escândalo que ficou conhecido como Máfia dos Fiscais, o Legislativo paulistano não tinha um vereador cassado.
Racismo na esfera criminal
Além do legislativo, o caso tramitou também na esfera criminal, na qual ele foi absolvido pelos crimes.
Em agosto deste ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo negou recurso do Ministério Público e confirmou a sentença de 1ª instância que absolveu o ex-vereador.
O processo, entretanto, é apenas um dos quais ele responde na Justiça por ofensas raciais.
Ele é réu por injúria racial e ameaça por ter ofendido uma enfermeira em maio de 2020. De acordo com a denúncia, Camilo chamou a enfermeira Dilza Maria da Silva de “negra safada, negra bandida, negra traficante, negra golpista e oportunista”.
Fonte: G1