Caso ocorreu na noite da quarta (31), na região do Sacomã. Ofensas foram feitas pela companheira do ex-marido de uma cliente da advogada, durante uma briga familiar. PM tenta identificar equipe que atendeu a ocorrência para entender liberação da agressora.
Uma advogada de 52 anos foi vítima de ofensas racistas na Zona Sul de São Paulo na noite de quarta-feira (31).
Segundo Cristiane Linhares, os ataques ocorreram quando ela orientava uma cliente durante uma briga familiar, na região do Sacomã.
O caso foi registrado como injúria racial no 26° Distrito Policial (Sacomã) na madrugada da última quinta-feira (1º) e encaminhado ao 95° DP (Heliópolis), que analisa os elementos apresentados e ouvirá a mulher investigada pelo crime.
A vítima e os demais envolvidos já foram ouvidos. Com relação à liberação da suspeita, de 42 anos, a Polícia Militar trabalha para identificar a equipe de policiais que atendeu a ocorrência e apurar as circunstâncias do ocorrido.
A advogada filmou o momento em que é chamada de “macaca” pela atual companheira do ex-marido de sua cliente.
“Eu fui lá para exercer minha atividade profissional. Não falei com ela, não tive contato com ela, e ela me chamou de macaca”, relatou Cristiane sobre o ocorrido.
A advogada conta que acionou a polícia e a agressora chegou a ser levada para a delegacia, mas foi liberada sem prestar depoimento.
“Quando a polícia chegou, com certeza, eu acreditei que a Justiça seria feita, porque antes de eu querer mostrar o vídeo do crime de injúria racial, me identifiquei como advogada. Então, pensei: eu, operadora do direito, que entendo um pouquinho, eles não poderiam jamais titubear, mas não fizeram nada, não deram voz de prisão à mulher.”
“Eu me senti ali impotente, porque, como operadora do direito, eles fizeram tudo isso. Essa situação de impunidade dá mais forças para os racistas.”
Por nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que a Polícia Militar tenta identificar a equipe que atendeu a ocorrência para apurar o motivo de a agressora ter sido liberada. A pasta disse ainda que a mulher será chamada para prestar depoimento.
O caso foi registrado como injúria racial e é investigado pelo 95º Distrito Policial, Heliópolis.
Segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania (SJC) do estado de São Paulo, de janeiro a julho de 2024 foram registradas 218 denúncias por discriminação étnico-racial no território paulista. No mesmo período, em 2023, foram 150 casos.
Imagem de Pete Linforth por Pixabay
Fonte: G1